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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Fisioterapia nas Situações de Calamidades Sociais e Naturais - Primeiros Socorros as Vítimas da Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro – Parte 1

Introdução

Desde 12 de janeiro deste ano, acompanhando a tragédia causada pelas chuvas e pelo descaso de décadas, das autoridades nos projetos de urbanização das cidades da região serrana, que causaram a morte de centenas de pessoas, comecei a refletir sobre a possibilidade real de participação da fisioterapia nas calamidades.

Assistimos todos nós, através da mídia, a extensão da tragédia e as dificuldades, muitas, no socorro as vítimas, embora a mobilização de voluntários tenha sido grande. 

Toda a sociedade se emocionou e procurou ajudar de alguma forma. Vários profissionais da saúde, médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, técnicos em saúde, entre outros, se ofereceram, foram convocados ou convidados a participarem dos trabalhos de salvamento dos sobreviventes da catástrofe, a qual tinha no momento caráter emergencial, muitas vidas dependiam do desprendimento e qualificação destes profissionais.

Cada vez mais, vê-se o quanto se é importante ter o conhecimento em primeiros socorros, o quão fundamental é, nas atuais circunstâncias em que vivemos hoje nas grandes cidades, onde há muita correria, pressa, estresse, desorganizações sociais e violência generalizada, estarmos capacitados ao atendimento de urgência e pré hospitalar.

Tenho parentes que moram em Teresópolis, e sendo fisioterapeuta, filha e mãe, iniciei uma reflexão sobre o real preparo e capacidade de nós, fisioterapeutas, mediante circunstâncias drásticas, onde a condição de equilíbrio emocional e de conhecimento prático em primeiros socorros torna-se um fator preponderante, fazendo parte de requisitos básicos para atuarmos em tais situações extremas.

Profissionais de outras áreas da saúde e autoridades da gestão pública, ainda desconhecem a aplicabilidade e resolutividade das ações fisioterapêuticas  em situações de extrema necessidade social. Até mesmo alguns fisioterapeutas não estão cientes das suas competências, habilidades e legalidade de atuação profissional diante de situações de urgência, em que é primordial a assistência especializada para salvar vidas.

Dentro da legislação, encontramos na Resolução COFFITO nº 29, anexo VII, dando amparo legal e legítimo de atuação. A resolução diz que é proibido ao fisioterapeuta “Negar assistência à comunidade em caso de guerra, catástrofe, epidemia ou grave crise social, ou pleitear vantagem pessoal para a prestação dessa assistência, sob pena de repreensão e multa ou suspensão do exercício profissional ou cancelamento da inscrição”.

Este parágrafo nos confere legalidade de ação, mas para a realização de assistência adequada o profissional deve estar preparado tecnicamente.

Acreditem, há alguns anos, ouvi o relato de colegas que temiam andar de branco, pois uma emergência em transito poderia ocorrer e serem confundidos com médicos e neste momento não saberiam como agir.

Na verdade, isto ocorre porque nos tornamos profissionais científicos e tecnicamente preparados para atuarmos em fase primária e terciária. Pouco se fala sobre a assistência emergencial e pré-hospitalar, e menos ainda nos é, e nos foi, ensinado sobre os atendimentos em casos de calamidades, catástrofes, incêndio, afogamento, atropelamentos, acidentes automobilísticos, de motos, convulsões e desmaios.

Muitos de nós, fisioterapeutas, nos preparamos em cima de métodos tradicionais, que se baseiam dentro de muitas técnicas de cinesioterapia e terapias manuais, que nos traz crescimento técnico profissional. Por outro lado, nos colocamos no mercado de trabalho, em busca de setores específicos como UTIs em hospitais, clínicas especializadas e consultórios, afastando-nos muitas vezes, do estudo constante dos conhecimentos primários da fisiologia e da clínica.
    
Durante a graduação de fisioterapia, em todas as instituições de ensino, existem dentro da grade curricular, as disciplinas de fisiologia, patologia, biomecânica aprofundada, cinesioterapia, métodos e técnicas de fisioterapia (grande parte métodos internacionais), disciplinas aplicadas em todas as especialidades clínicas, e radiodiagnóstico. Em algumas já há a inserção das disciplinas de primeiros socorros e análises laboratoriais.

Pressupõe-se que ao fim do curso, após estudos, o acadêmico esteja pronto para atuar em todas as áreas, inclusive estando apto a atender pessoas em situação de emergência. Contudo já é sabido hoje, que para  a obtenção de maior capacitação e segurança, o profissional deverá estar em constante atualização, realizando cursos de especialização e extensão, em especial, credenciados ao Conselho de Fisioterapia – CREFITO.

Assim sendo, pressumi-se que o profissional tenha suporte técnico científico, podendo em casos de emergência, diagnosticar e oferecer os primeiros atendimentos em situação pré-hospitalar, tendo todas as condições de integrar uma equipe de socorristas, realizando exame primário e secundário.

Para atuar, o fisioterapeuta especialista, deverá estar apto à: atender em estados de calamidades o paciente em estado de choque, realizar ressuscitação cárdio pulmonar, atuar nas asfixia e afogamento, reconhecer e mobilizar nas lesões traumatológicas gerais, promover adequada imobilização e remoção do assistido sem agravamento do seu quadro clínico.

Para atuar conscientemente e com exatidão profissional o fisioterapeuta deverá ainda, especializar-se na prática, participando de cursos específicos em primeiros socorros, onde realmente poderá estar preparado de maneira segura e precisa, atendendo de forma adequada e rápida aos que necessitam de atendimento emergencial diante de calamidades e catástrofes.
 
E você colega fisioterapeuta sabe como agir em situações de emergência? Sabe como aplicar seus conhecimentos? Tem mesmo conhecimento real da existência das  habilidades, autonomia e responsabilidades, social, profissional e ética diante das calamidades sociais e naturais?

Concluindo, a efetiva e ideal atuação do fisioterapeuta em uma equipe de salvamento, se dá graças aos conhecimentos que o capacitam, o qual não somente prestará o devido atendimento a vítima, como também atuará junto à equipe, executando ações preventivas que garantirá a saúde e qualidade de vida da vítima e do socorrista.

Em breve darei continuidade ao assunto, no desejo de estar colaborando no crescimento da Fisioterapia. Postarei os conceitos e aplicações em primeiros socorros a vítimas de calamidades sociais e naturais.

Autoria: Ft. Maristela Antunes

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Artigo Revista Cosems/RJ: Fisioterapia em Vassouras

Desde sua implantação, em 2009, Serviço de Fisioterapia de Vassouras
já realizou mais de 8 mil atendimentos

Em janeiro de 2009, a Secretaria Municipal de Saúde de Vassouras efetivou a inserção do Serviço de Fisioterapia. O projeto de implantação da fisioterapia foi incorporado ao Plano Municipal de Saúde pelo Secretário de Saúde do município, Altair Paulino de Oliveira Campos, propiciando um novo veículo de assistência aos usuários do Sistema Único de Saúde em Vassouras.

Para Altair, a princípio, a inclusão de profissionais fisioterapeutas nas equipes da Estratégia de saúde da Família (ESF) contribuiria para fortalecer a integralidade no SUS, uma vez que o envelhecimento progressivo de nossa população associado à realidade epidemiológica demonstram que as doenças e agravos não transmissíveis (DANTS) representam a maior causa de óbito e morbidade em nosso país. Deste modo, muitas dessas condições tornam necessário um maior acesso da população aos serviços prestados pela fisioterapia.

A inclusão de fisioterapeutas nas equipes da ESF atende aos pressupostos da Política Nacional de Atenção Básica e hoje o serviço do município conta com oito fisioterapeutas que têm como meta propiciar atendimento aos usuários das 14 Unidades Básicas de Saúde e mais seis subunidades. “A nossa meta descrita no Plano Municipal de Saúde, é fixar um profissional fisioterapeuta por Unidade de Saúde, pois é grande a demanda em nosso município e a atuação da fisioterapia é fundamental para recuperar funções e melhorar a qualidade de vida dos nossos pacientes crônicos e acamados”, afirma o secretário municipal de saúde.

Planejamento, controle e organização são centralizados no Núcleo de Fisioterapia

O Serviço de Fisioterapia não se limita à Atenção Básica e tem abrangência atendendo na média e alta complexidade, obedecendo as diretrizes do Ministério da Saúde e os seus indicadores de saúde. Desde julho de 2009, quando foi implantado, até novembro de 2010, o programa já realizou mais de 8.300 atendimentos.

Seguindo o projeto inicial de implantação do serviço, elaborado pela Coordenadora Maristela Antunes Nogueira de Araujo e sob sua responsabilidade, criou-se o Núcleo de Fisioterapia. O Núcleo é o centro de planejamento, controle e organização de todo o Serviço de Fisioterapia empregado no município. Este realiza o controle e avaliação dos atendimentos domiciliares encaminhados pelos médicos das ESF, faz o cadastramento dos pacientes encaminhados ao serviço ambulatorial, autoriza os atendimentos e realiza a triagem dos pacientes encaminhando-os os ambulatórios conveniados que atualmente conta com os ambulatórios de Fisioterapia do Hospital Universitário Sul Fluminense e do Hospital Eufrásia Teixeira Leite, ambos localizados no centro de Vassouras. Cabe, também, ao Núcleo de Fisioterapia, a elaboração e o desenvolvimento de programas de ações em saúde e atividades comunitárias.

Cobertura de todo o Município de Vassouras

Nas ações da ESF, desde o mês de julho de 2009 até este mês de setembro de 2010, a assistência cobriu todo o município, atendendo 261 usuários acamados ou que apresentam alguma deficiência motora. Os pacientes recebem atendimento duas vezes na semana sendo que 75% destes pacientes ainda encontram-se em atendimento, pois o paciente crônico necessita de tratamento contínuo, existindo ainda uma grande demanda reprimida a espera de assistência. Os procedimentos realizados neste mesmo período somam 7.972.

Os atendimentos domiciliares contam com o emprego de alguns aparelhos de eletroterapia que foram comprados pela Secretaria Municipal Saúde. São aparelhos de TENS (Estimulação Elétrica Neural Transcutânea) que têm como principal objetivo a retirada ou diminuição da dor, o que vem a facilitar a execução dos exercícios na cinesioterapia.
Júlia Vitória de Jesus sendo atendida pela fisioterapeuta Dra. Daniela
da Silva Jardim. “A fisioterapia é muito importante na vida da
minha filha. Na escola as professoras elogiam o trabalho feito
pela fisioterapia ao conseguir uma melhora postural e maior
concentração”, afirma a mãe da paciente

O paciente psiquiátrico com fratura de colo de fêmur, Sérgio Luis Correa e Castro afirma que melhorou muito com o tratamento em casa. “Hoje sinto minha mente melhor, estou mais animado, já consigo sentar e movimentar minhas pernas”, afirma. “Nestes atendimentos domiciliares vi o quanto a fisioterapia foi importante em minha recuperação, pois foi com a ajuda dela que voltei a fazer as coisas que costumava fazer antes da doença”, afirma a paciente Rosa de Lima Sales.
Paciente Osvaldo recebendo tratamento
pelo Dr. Welter da Cunha

Todos os procedimentos realizados são lançados em BPA-I (Boletim de Produção Ambulatorial-Individualizado) e posteriormente registrados no SIA/SUS. “Os profissionais são muito bem recebidos pelos pacientes. Alguns aguardam a visita do fisioterapeuta com bastante ansiedade. Observamos melhoras não apenas no físico e funções do paciente, mas também em seu emocional, o que contribui bastante para a sua melhora”, declara a coordenadora do Serviço de Fisioterapia, Maristela Antunes Nogueira de Araujo.

Fazem parte da equipe os fisioterapeutas Alexsandro Marques Amancio, Bruno Guimarães Salles, Daniela da Silva Jardim, Fábio Nascimento Fernandes, Fabio Labanca Brandão, Marcos Vinícius Barroso da Silva, Maristela Antunes Nogueira de Araujo e Welter da Cunha Mendes.

Revista Cosems Dez/2010

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Menstruação na Gravidez! Verdade?



Algumas mulheres sempre relatam que menstruaram no início da gravidez, principalmente no primeiro trimestre, e que somente descobriram que estavam grávidas após o 2º mês gestacional.
Mas será isto mesmo possível? Poderia ocorrer um fluxo menstrual no período gestacional?
Perguntas a parte, vamos a primeira resposta: NÃO! Não é possível. O que pode acontecer são episódios de sangramentos.
E agora vou dar as devidas explicações. Definirei fisiologicamente e de maneira objetiva o que acontece com o útero (não gravídico, é claro) no ciclo reprodutivo feminino. Após a fase da menstruação virá a fase estrógena, em que neste momento o endométrio irá se recompor através da proliferação celular  por mediação dos hormônios estrogênios. Em seguida vem a fase progestacional tendo como mediador o hormônio progesterona. O progesterona irá enriquecer as células neoformadas no endométrio, fazendo com que elas fiquem intumescidas e comecem a secretar muco (leite uterino).
O útero neste momento encontrar-se-á preparado para receber um possível óvulo fecundado, mas caso isto não ocorra, o endométrio entrará em processo isquêmico e haverá precipitação de morte das células endometriais e por fim o desabamento da camada interna do útero (menstruação), e um novo ciclo irá ser iniciado.
Agora vamos pensar. Se o útero grávido passasse pelo ciclo menstrual não haveria a menor possibilidade de a gestação ter continuidade. O embrião implantado seria descolado com o processo de descamação endometrial, o que culminaria em aborto.
Na verdade o que, por vezes ocorre, são pequenos sangramentos vaginais e estes despertam medos e dúvidas nas futuras mães. O importante estar alerta, e quando acontecer este episódio, procurar seu obstetra para identificar e tratar o sangramento vaginal.

Quais são as possíveis causas de sangramento vaginal durante o primeiro trimestre?

·         Implantação. É comum notar um pequeno sangramento vaginal logo no início da gravidez, em torno de 10 a 14 dias após a fecundação. Muitas vezes confundido com menstruação fora do ciclo, por isto muitas mulheres dizem que tiveram menstruação na gravidez. Este sangramento leve deve-se a implantação do embrião na parede do útero. A coloração do sangue é mais clara e a duração do sangramento é menor do que em uma menstruação normal. Não é motivo para alarde.
 
·         Mudanças no colo do útero. Quando você está grávida, mais sangue flui para útero, por isto o colo pode ficar mais sensível e sangrar após o sexo ou exame ginecológico.
 
·         Gravidez ectópica. Algumas vezes o embrião implanta-se fora do útero, geralmente na trompa. Isto é conhecido como gravidez ectópica. O embrião fora do útero na sobrevive, e sem tratamento pode ocorrer sangramento vaginal acompanhado de dor pélvica ou abdominal.
 
·         Gravidez molar. Raramente, uma massa chamada mola forma-se dentro do útero no lugar do bebê, resultando em sangramento.
 
·         Infecções. Infecções que acometem a vagina e o colo do útero podem resultar em sangramento.
 
·         Aborto. Em torno de 15% das gestações conhecidas terminam na forma de aborto. O sangramento pode significar um aborto precoce. Mas é importante lembrar que nem todo sangramento significa aborto, pelo contrário.
Quando procurar o médico
Durante o primeiro trimestre, se você tiver um sangramento vaginal leve que não persiste por mais de um dia, relate o fato para o seu médico na próxima consulta de pré-natal. Já se o sangramento leve perdurar por mais de um dia, procure seu médico nas próximas 24 horas.
Procure seu médico imediatamente se:
·         Se o sangramento for moderado ou abundante;
·         O sangramento for acompanhado de dor, cólica, febre ou calafrios;
·         Houver outros materiais junto com o sangue.

Fonte: Banco de Saúde
Autora: Ft. Maristela Antunes

domingo, 2 de janeiro de 2011

Seu cérebro e como ter um ano realmente novo


O perfume que eu havia encomendado chegou hoje, bem a tempo da virada do ano, afinal eu queria entrar o ano novo também com um novo cheiro. Foi muito bom receber a encomenda, abrir a caixa e experimentar aquela fragrância inédita aos meus neurônios olfativos.
Por que o novo evoca tanto prazer? Existem explicações neuropsíquicas para isto e compreendê-las pode nos ajudar a melhorar diversos aspectos da vida.
O cérebro é biologicamente voltado para a novidade. Se sua mesa está bagunçada, cheia de objetos do cotidiano, mas existe um objeto novo, seu cérebro notará rapidamente sua presença, enquanto deixará passar os outros, como um fundo. Outro exemplo é o som, quando você está exposto a ruído constante, ele tende a ficar mais fraco, até a desaparecer como ruído de fundo.
Este efeito de acomodação ou atenuação de sinal é algo biológico e tem muito a ver com nossos neurônios, que são as células responsáveis pela transmissão de toda informação no sistema nervoso.
Quando um neurônio é estimulado de forma contínua, existe uma tendência a tolerância, ou seja, o estímulo inicial passa a não desencadear o efeito com a mesma intensidade.
Daí o poder do novo! Seu estímulo é sempre intenso e desafia o próprio cérebro no processamento de informações e geração de novas sinapses (conexões entre neurônios).
O Ano Novo é a ocasião perfeita para começar a usar o poder da novidade e trazer esta energia para sua vida.
Existem formas infinitas de experimentar o novo. Percorrer caminhos diferentes ou utilizar meios de transporte alternativos para o trabalho ou faculdade. Tentar novos esportes ou novas maneiras de realizar suas atividades físicas. Aprender um novo idioma. Ouvir novas músicas ou mesmo novos ritmos, nem que seja para sentir a diferença. Aprender uma dança. Testar novas receitas ou visitar restaurantes de culinárias diferentes. Mudar de corte de cabelo, de estilo, de fragrâncias. E por aí vai...
O importante é injetar novidade nas coisas simples que fazemos.
Então, o que você fará de novo no Ano Novo? 
Fonte: Banco de Saúde