Dismenorréia é uma cólica intensa no abdômen inferior com possível extensão para a parte interna de coxa. Ela tem sua apresentação no período menstrual e é classificada como “dor pélvica crônica”- DPC, podendo surgir antes ou durante o período menstrual.
Pesquisas mostram que 50% das mulheres em idade fértil tem medo só de olhar o calendário e notar que o período menstrual se aproxima. A dismenorréia tem maior incidência em mulheres entre 12 e 30 anos. Ela tem uma tendência de ocorrer com a menarca e usualmente desaparece com o decorrer do tempo.
A dismenorréia é definida como primária, quando não se encontra condição patológica e dismenorréia secundária quando está associada com alguma patologia pélvica.
As cólicas menstruais surgem a partir das contrações uterinas causadas pela ação das prostaglandinas que tem sua origem nas células secretoras no endométrio. Nas primeiras 48 horas do fluxo menstrual, os sintomas mais intensos ocorrem, e a maioria da prostaglandina é liberada.
Sobre a sintomatologia, a dor pode ser branda, causando cólica, desconforto, sensação de peso no ventre ou nas costas. A dor pode ser moderada, causando, além do desconforto, sensação de mal-estar, diarréia e dor de cabeça. Também pode ser muito forte, incapacitando a mulher de realizar suas atividades, durando de dois a sete dias e sendo acompanhada de transtorno gastrointestinal inclusive com vômitos, dor referida nas costas, nas coxas e cefaléia.
= Formas de tratamento:
Importante ressaltar que todo tratamento só deverá ser prescrito por um profissional especializado. Os medicamentos somente pelo médico especialista e o tratamento fisioterapêutico por um fisioterapeuta.
· Clínico: No tratamento da dismenorréia primária, pode ser feito o bloqueio da produção de prostaglandinas, através da ação de antiflamatórios não esteróides, ingeridos antes e durante a menstruação. Os anticoncepcionais também são utilizados, tanto de forma contínua como cíclica.
· Homeopatia: Alguns remédios como Lachesis, Sépia, Calcarea Carbônica, Caulophyllum e Chamomilla são indicados para as cólicas, mas a recomendação depende das características de cada paciente.
· Boa Alimentação: Alimentos com cálcio (laticínios e vegetais escuros), magnésio (soja, banana, beterraba, aveia, tofu, couve e abobrinha) e gorduras poliinsaturadas (salmão, atum e castanha do Pará) podem ajudar. Esqueça os alimentos ricos em gorduras, pois favorecem uma maior produção de hormônios femininos. Evite ainda os embutidos e as bebidas com cafeína (café, chá preto e refrigerantes).
· Repouso: A dor geralmente causa grande irritação. O simples ato de se deitar com a barriga para baixo, apoiada em um travesseiro, comprimindo-a, já ameniza as dores. Outra boa forma é usar os florais de Bach, que neutralizam a agressividade. Associado, ouvir músicas relaxantes.
= Como a Fisioterapia pode auxiliar no tratamento
· Termoterapia: O calor estimula a irrigação, relaxa a musculatura e ameniza o impacto das contrações do útero. A utilização do infra vermelho ou de bolsa de água quente na região lombar e abdômen, pode-se conseguir esses efeitos terapêuticos.
· Massoterapia: A massagem reflexa, atingindo as raízes nervosas; As massagens ayurvédica; o tuiná; o shiatsu e a reflexologia melhoram a circulação e relaxam a musculatura
· Atividade física: a utilização de exercícios físicos específicos, faz com que os vasos do colo uterino se dilatem, facilitando a passagem do sangue. Facilita a drenagem do excesso de líquidos corporais. Também ocorre aumento da endorfina que circula no sangue. Esse hormônio provoca uma sensação de prazer e euforia, ajudando a diminuir a sensação de desconforto causada pela condição de dor.
· Hidroterapia: Pela ação das propriedades físicas e fisiológicas da água os exercícios físicos na água naturalmente tornam-se agradáveis de serem feitos. A flutuação diminui a densidade corporal e a carga sobre as articulações; a pressão hidrostática oferece certa estabilidade e auxilia no fluxo dos líquidos facilitando a drenagem dos fluidos circulatórios. Contudo, a água aquecida (ideal:35ºC), será a causadora de efeitos terapêuticos importantes, é que garantirão bons resultados no tratamento das cólicas menstruais.
Watsu: Método aquático que se baseia no Zen-Shiatsu. O método é passivo, executado horizontalmente através da aplicação de alongamentos e massoterapia. A aplicação associada aos efeitos terapêuticos produzidos pela água aquecida garante ótimos resultados no tratamento da dismenorréia primária. Ver artigo neste Blog*
· Drenagem Linfática: No período menstrual, pela ação dos mediadores hormonais, em especial os estrógenos, responsável pela maior retenção de líquidos. Esta condição faz com que a fase menstrual seja mais sensibilizada com presença de dores e mal estar geral. A drenagem garantirá a retirada do excesso de líquidos e a diminuição da resistência vascular, o que facilitará o trânsito de endorfinas e serotoninas, causadoras da diminuição da dor e aumento do bem estar físico. Auxiliará a retirada das toxinas e a diminuição da pressão sobre as vísceras pélvicas. Veja matéria neste Blog*
· Eletroterapia: A utilização da Estimulação Elétrica Neural Transcutânea, a TENS, constitui uma modalidade terapêutica não invasiva, de fácil manejo, que não apresenta efeitos colaterais ou interações com medicamentos, sendo utilizada para o alívio da dor pela estimulação de nervos periféricos, utilizando-se de eletrodos a nível da pele. A aplicação pode ser feita utilizando-se dois canais, que podem ser colocados em região lombar e na inguinal pélvica.
· Osteopatia Visceral: É uma terapia que usa a palpação para sentir e melhorar disfunções no funcionamento dos órgãos e assim corrigir disfunções no seu funcionamento. Ela estimula os mecanismos naturais do corpo para que se possam ultrapassar o efeito das tensões físicas e ou emocionais que muitas vezes se encontram presentes nos órgãos, melhorando assim o seu funcionamento e consequentemente retirando quadros de dor.
· Acupuntura: O tradicional tratamento com agulhas tem efeito analgésico e regula o ciclo menstrual. A acupuntura pode ser usada para tratar a dor, pois ela estimula a produção de endorfinas e serotonina no sistema nervoso central.
Hoje em dia, em consulta nas webs disponíveis, pode-se encontra uma variedade de novas terapias, trazendo grandes informações e novidades. Algumas delas, bambuterapia, pedras quentes, entre outras, apresentando resultados positivos, entretanto não apresentam dados cientificamente comprovados. Portanto, recomendo que antes da realização de uma nova terapia, deve-se consultar um profissional de sua confiança, seja médico ou fisioterapeuta, para se interar sobre a técnica utilizada.
Para maiores informações ou retirar dúvidas, você pode entrar em contato comigo pelo e-mail: maristelantunes@hotmail.com
Autora: Ft. Maristela Antunes